segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

DEMÔNIO (Devil, 2010, EUA).
Direção: John Erick Dowdle.
Com: Chris Messina, Logan Marshall-Green, Bojana Novakovic, Jenny O´Hara, Geoffrey Arend, Bokeem Woodbine. 85 min.
   O processo de decadência do futebol de Ronaldinho Gaúcho é, digamos, comparável à trajetória recente de M. NIGHT SHYAMALAN; há, nos dois, indiscutivelmente, lampejos de genialidade: a questão, no entanto, é a manutenção do alto rendimento. Shyamalan - tal como o craque brasileiro - iniciou a carreira de forma devastadora: sucesso de público e crítica, O SEXTO SENTIDO recebeu seis indicações ao Oscar (incluindo melhor filme) e tem, certamente, um dos roteiros mais inventivos da década de 90. Porém, após algumas outras boas produções, o diretor indiano começou a 'pisar na bola' - O ÚLTIMO MESTRE DO AR, sua mais recente película, é um potencial candidato ao Framboesa de Ouro de pior filme de 2010.
   Coincidência ou não, o cineasta resolveu (pelo menos, provisoriamente) 'pendurar a cadeira (de diretor)': pelos próximos meses, veremos Shyamalan atuar apenas como escritor e produtor dos filmes da chamada 'THE NIGHT CHRONICLES'. DEVIL, o primeiro destes, inicia a série com o pé esquerdo - o segundo, intitulado REINCARNATE, está em pré-produção e será dirigido por Daniel Stamm (do recente O ÚLTIMO EXORCISMO). Na trama, um grupo de cinco estranhos fica preso num elevador e um deles não é quem aparenta ser; mais especificamente: conforme explicação religiosa dada por um policial - aqui, a risível didática utilizada envolve um pão com geléia e a força gravitacional -, um dos enclausurados é o próprio Diabo; há, ainda, o detetive racional que (obviamente) busca, a todo custo, respostas plausíveis para os absurdos que presencia. E, com base no desenvolvimento das investigações por ele conduzidas, DEVIL tenta, sem êxito, nos induzir a crer que algum dos confinados é, meramente, um assassino.
   Enquanto alguns personagens saem de cena, outros são incorporados à trama de modo completamente desnecessário - é o caso, por exemplo, da moça que (supostamente) verá o namorado morrer. Como é de praxe nos filmes de Shyamalan, o momento de maior expectativa e tensão é deixado para o final; contudo, aqueles com sensibilidade aguçada dificilmente errarão na predição de um possível desfecho.

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