quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Crítica do dia! (2)




ENCONTROS AO ACASO (Come Early Morning, 2006, EUA).
Direção: Joey Lauren Adams.
Com: Ashley Judd, Jeffrey Donovan, Laura Prepon. 97 min.
   " As mulheres bonitas são invisíveis. " , diz a personagem de Dennis Hopper ao amigo (interpretado por Ben Kingsley) em FATAL, filme dirigido por Isabel Coixet. Este, abismado, pergunta: " Por que? " Resposta: " Apenas enxergamos o envoltório das belas mulheres; a pessoa de verdade é bem difícil de ver. " Ashley Judd é uma mulher estonteante e, mesmo entregando, ao longo de sua carreira, atuações dignas de nota, estas, na maioria das vezes, eram ofuscadas por sua beleza - também digna de nota.
   Eis que, neste ENCONTROS AO ACASO, surge uma Ashley Judd, digamos, menos bonita: ausência de maquiagem, olheiras, cabelos despenteados, etc. - guardadas as devidas proporções, processo semelhante ocorreu com Charlize Theron quando esta interpretou a serial killer americana Aileen Wuornos em MONSTER, papel que, inclusive, rendeu-lhe o OSCAR de melhor atriz. E, amigos, mesmo 'desprovida de beleza', esta Ashley Judd é cortejada e desejada pelos homens da cidadezinha onde vive. Reciprocamente, a moça também os deseja: porém, com o único e exclusivo objetivo de satisfazer suas carências afetivo-sexuais; ao final de cada noite passada com um estranho, a sensação é quase sempre a mesma: asco. Do efêmero parceiro e de si mesma. E é neste contexto sentimentalmente turbulento, ausente de beleza capaz de 'cegar' o espectador, que Judd nos brinda com a melhor performance de sua carreira. O mesmo não se pode dizer, infelizmente, de Jeffrey Donovan: sua interpretação não é condizente com o talento de Judd, sua parceira romântica.
   ENCONTROS AO ACASO lembra, em diversos momentos, o recente CORAÇÃO LOUCO, com Jeff Bridges; contudo, o filme de estréia de Joey Lauren Adams não obteve o mesmo reconhecimento deste último junto à crítica americana. Resultado: custou US$ 6 milhões e arrecadou US$ 200 mil. Felizmente, estatística alguma é prova absoluta de que um filme é bom ou ruim; isto, só você, espectador, poderá dizer.




Crítica do dia! (1)

























GAROTA FANTÁSTICA (Whip it, 2009, EUA).
Direção: Drew Barrymore.
Com: Ellen Page, Marcia Gay Harden, Kristen Wiig, Daniel Stern, Juliette Lewis, Jimmy Fallon. 111 min.
   Neste GAROTA FANTÁSTICA, Bliss Cavendar (personagem de Page) é uma adolescente que - como muitas outras - sofre com algumas imposições feitas pela mãe ( Marcia Gay Harden, ótima ). Porém, ao descobrir uma aptidão para a prática de um esporte americano chamado ROLLER DERBY, sua vida - até então, sem muitas perspectivas - passa por uma série de alterações impactantes: a mocinha enfrentará problemas familiares, amorosos e de relacionamento com a melhor amiga.
   Como pode-se perceber, é tudo muito clichê mesmo. O diferencial é que GAROTA FANTÁSTICA dispõe de um elenco fantástico: Juliette Lewis, por exemplo, arrebenta na interpretação da (digamos) vilã ultra-hiper-super sexy ' Iron Maven ' - aliás, diga-se de passagem, a sensualidade é algo inerente ao Roller Derby: as meninas que o praticam o fazem de roupinhas diminutas (a hipérbole é proposital) e adotam alguns pseudônimos ambíguos.
   Estreando na direção, Drew Barrymore conduz GAROTA FANTÁSTICA de modo seguro e preciso - pelo menos, para os padrões do gênero - e, de quebra, ainda nos proporciona momentos impagáveis, como, por exemplo, a técnica de ' indução ao vômito ' utilizada por Bliss e a cena da guerra de comida. Despretensioso e ciente disto, GAROTA FANTÁSTICA  é uma excelente opção para quem quer rir e comer aquela pipoquinha com refrigerante.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Crítica do dia!


ANJOS DA MORTE (The Hamiltons, 2006, EUA).
Direção: The Butcher Brothers (Mitchell Altieri, Phil Flores).
Com: Cory Knauf, Samuel Child, Joseph Mckelheer, Mackenzie Firgens. 86min.
   Era de se esperar que um filme realizado por dois sujeitos autointitulados 'The Butcher Brothers' - algo como 'Os irmãos açougueiros' - fosse, no mínimo, recheado de sangue e violência explícita. Bom, felizmente, este não é o caso: ANJOS DA MORTE prioriza o desenvolvimento de suas personagens principais - uma família de quatro irmãos que não consegue viver em harmonia após a morte dos pais. Como ocorre com outros artigos do gênero - quem, por exemplo, não tem um certo carinho por DEXTER? -, aqui, a identificação com alguns dos protagonistas é imediata: mesmo entregando uma atuação fraquinha, Samuel Child (que já colaborou com os açougueiros em várias produções), intérprete do irmão mais velho David, consegue do espectador algum apreço - ainda mais se você o associar à figura de um certo comediante da Capitinga... Comicidade à parte, vale ratificar que a força de ANJOS DA MORTE reside em seu roteiro, que, por sua vez, proporciona momentos interessantes, como, por exemplo, a cena do desafio (ou desafio duplo). Mais: uma pequena inesperada (pelo menos, para mim) reviravolta apimenta o desfecho da trama; enfim, ANJOS DA MORTE, em última análise, aborda um tema atualmente discutido de forma ampla, na Literatura e Cinema Fantásticos, de modo bastante peculiar (pra não dizer original), e, por isso, merece uma conferida por parte dos apreciadores do Cinema de Horror.