terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Crítica do dia!

MISSÃO: IMPOSSÍVEL - PROTOCOLO FANTASMA
(Mission: Impossible - Ghost Protocol, EUA, 2011). 
Direção: Brad Bird.
Com: Tom Cruise, Paula Patton, Simon Pegg, Jeremy Renner, Michael Nyqvist, Léa Seydoux, Josh Holloway, Tom Wilkinson. 132min.
   Não é apenas a desenvoltura e o talento de Tom Cruise para filmes de ação que fazem de MISSÃO IMPOSSÍVEL uma franquia de sucesso. O primeiro exemplar da quadrilogia é um típico suspense de espionagem, no qual constam, basicamente, duas grandes sequências de ação. Já no segundo, sob a batuta de John Woo, o agente da IMF (e não FMI, como - acredite - consta em alguns sites) Ethan Hunt perpetra as mais inacreditáveis, mirabolantes e monumentais acrobacias (algo típico do cineasta oriental), parecendo mais um fútil playboy esbanjando soberba e exibindo-se em ridículas piruetas. No terceiro filme da série, Ethan retoma o aspecto de sobriedade de outrora: de que outra forma o espião confrontaria o vilão espetacularmente interpretado por Philip Seymour Hoffman? Mais uma vez, algo de novo é inserido no universo de Hunt: além das aventuras de praxe, Ethan ainda precisa lidar com o amor (uma experiência que, algum tempo depois, um outro famoso espião experimentaria).
   Neste MISSÃO IMPOSSÍVEL - PROTOCOLO FANTASMA, o estreante em live-action Brad Bird segue a cartilha das produções que o precederam, isto é, implementa sagazes mudanças - e a melhor delas, indubitavelmente, consiste na inserção de um agradável sarcasmo ausente nos filmes anteriores. Boa parte das piadas, claro, deve-se ao excelente timing cômico de Simon Pegg, retomando o Benji Dunn de MI-3. Outra audaciosa implementação é digna de destaque: há um foco todo especial na equipe de Ethan; todos os mocinhos que o rodeiam têm tempo de tela suficiente para que nos afeiçoemos por eles. O mesmo, porém, não se pode dizer do vilão Cobalto: com pouca presença de tela (a vilã secundária Sabina Moreau, por exemplo, é muito mais 'desconcertante' - com o perdão do trocadilho - do que o bandido cujo codinome é um elemento químico), Michael Nyqvist não desagrada o suficiente para que possamos odiá-lo.
   Acredito que, afora o descaso para com seu antagonista, MI-4 despertou impressão unânime naqueles que o assistiram: filmaço! Após ser resgatado de uma prisão (numa das sequências mais bacanas do filme), Ethan é acusado de ser o responsável por uma enorme explosão no KREMLIN, a sede do governo russo. Assim, a velha tensão entre EUA e Rússia volta à tona, e, como medida emergencial, o presidente americano decide desativar o FMI, quer dizer, a IMF, dando início ao chamado Protocolo Fantasma. Operando às escuras, Ethan deve descobrir a identidade secreta do Cobalto - teoricamente, o verdadeiro responsável pelo atentado terrorista supramencionado. Para tanto, Hunt vê-se obrigado, entre outras coisas, a escalar o prédio mais alto do mundo: o Burj Khalifa, em Dubai, com 828 metros de altura. Aqui, as tomadas foram rodadas em IMAX, um sistema especial de câmeras que propicia uma sensação de maior clareza e profundidade. Em tempo: Cruise dispensou dublês para a gravação de algumas cenas.
   Como alicerce para a construção do suspense constante, Michael Giacchino (o responsável pelos angustiantes barulhinhos de LOST) nos brinda com uma trilha sonora impecável - repare, em especial, na belíssima sequência em que Ethan e Benji adentram no KREMLIN.
   O versátil Brad Bird ainda tem a sagacidade de reservar algumas boas surpresas (e aparições) para o epílogo da trama. Aliás, meus amigos, ainda há tempo para um eventual MI-5, não?