segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

SKYLINE - A INVASÃO (EUA, 2010).
Direção: Colin e Greg Strause.
Com: Eric Balfour, Donald Faison, David Zayas, Scottie Thompson, Brittany Daniel, Crystal Reed. 94 min.
   Filmes com a temática 'extraterrestres atacam a Terra' produzem, geralmente, resultados interessantes. Infelizmente, não é o caso deste SKYLINE. Aqui, como de costume em produções do gênero, a trama é simples: um grupo de amigos resistindo às ofensivas alienígenas; os efeitos especiais, por sua vez, são complexos e dignos de nota - a HYDRAULX, empresa responsável pela parte digital (e da qual são sócios os irmãos Strause), colaborou, por exemplo, com os blockbusters 'O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON' e 'AVATAR'. Porém, nem só de tecnicismo vive o Cinema: direcionando todas as atenções para o apuro gráfico-visual - pra ter-se uma idéia, o filme foi rodado num condomínio onde mora um dos diretores, tamanha era a preocupação em priorizar os custos com efeitos -, SKYLINE relega componentes cinematográficas vitais. Uma destas, claro, é o roteiro. E, por desprezar este item tão precioso, SKYLINE sucumbe.
   A sequência de abertura, na qual as misteriosas luzes azuis 'caem' sobre Los Angeles é instigante e auspiciosa; a excitação, no entanto, é efêmera: logo em seguida, tudo parece não passar de uma grande futilidade. Os personagens são completamente desprovidos de qualquer histórico e isto inviabiliza a identificação do público com os mesmos. Resultado: Se Jarrod (Eric Balfour, o Marcos Mion ianque)  vier a falecer, por exemplo, você não dará a mínima.
   Com um orçamento de 10 milhões de dólares, SKYLINE foi um fracasso de bilheteria, e, nos EUA, sequer foi exibido para a crítica especializada. Para finalizar, uma paráfrase do cartaz acima: 'Don´t Watch!'.






















quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Combo do dia! (Horror Nacional)

ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO (Brasil, 2008).
Direção: José Mojica Marins.
Com: José Mojica Marins, Jece Valadão, Milhem Cortaz, Adriano Stuart, Débora Muniz, Cléo de Páris, Nara Sakarê, Thaís Simi, Rui Rezende. 93min.
   A chamada 'retomada do cinema brasileiro' não alcançaria sua plenitude sem a participação de uma das figuras mais folclóricas e cultuadas da cinematografia nacional: Zé do Caixão. Eis que, em meados de 2006, a produtora Olhos de Cão, juntamente com algumas parceiras, angaria recursos significativos para que 'Coffin Joe' (nome pelo qual Zé do Caixão ficou conhecido mundialmente) ressurgisse nas telonas - embora o roteiro original tenha sido escrito em 1966 e após uma série de tentativas de filmagem frustradas.
   ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO (aparentemente) encerra a trilogia iniciada com os filmes À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA (1964) e ESTA NOITE ENCARNAREI NO TEU CADÁVER (1967), nos quais o soturno coveiro busca a mulher perfeita para gerar um filho seu. Aqui, a saga continua; e, amigos, as mulheres mais suculentas que vocês possam imaginar simpatizam com o demoníaco funerário - desde a culta cientista à linda descendente de ciganas. Sim, há nudez, sexo (Zé desmistificando a idéia de que a pipa do vovô não sobe mais), e, claro: sangue, muito sangue. Aliás, diga-se, é no quesito técnico que ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO mais se destaca: as sequências de horror e tortura, embora lancinantes - numa delas, por exemplo, vemos um indivíduo 'inserir' um piercing labial noutro -, são fotografadas de forma magistral; a versão sádica do purgatório, ciceroneada pelo personagem 'Mistificador' (interpretado pelo diretor de teatro José Celso Martinez Côrrea) dá um banho em muito espectro gosmento cabeludo; o figurino, por sua vez, é um luxo só: a vestimenta do coveiro, por exemplo, é constituída de peças do acervo pessoal do conceituado estilista paulista Alexandre Herchcovitch; mais: Mojica, indiscutivelmente, brilha como intérprete - aqui, porém, a única ressalva é o fato do artista expor, involuntariamente (creio eu), aquilo que (perdoem-me os fãs) chamo pejorativamente de 'lado MAGUILA de ser', bradando pérolas como: 'Coisas maldita!' Motivo de chacota por parte da trupe do Pânico na TV, os deslizes gramaticais de Mojica realmente não caem bem, a não ser que houvesse uma licença poética para Zé - no caso, não há, pois, conforme biografia do personagem JOSEFEL ZANATAS (reparem no anagrama para 'Satanás') disponibilizada no site oficial do filme, este nasceu em berço de ouro e teve uma boa educação na infância.   
   Ainda assim, não há como negar o talento de Mojica. A concepção de um dos personagens mais emblemáticos da história do cinema de horror surgiu de modo inusitado: Mojica teve um pesadelo no qual avistava uma figura sombria que, repentinamente, o agarrava pelo braço e o levava a uma cova cuja inscrição na lápide era o seu nome. Detalhe: o vulto era, na verdade, ele mesmo! (Isto lembra-me o bom filme australiano LAKE MUNGO...).  
   É reconfortante para nós, fãs do gênero fantástico, presenciar a ascensão de um personagem oriundo, digamos, de um delírio onírico, pois, assim, podemos também sonhar que, um dia, o terror nacional receba a atenção que merece.
   Em tempo: repleto de vídeos, curiosidades e opções para download, o site oficial do filme vale uma sacada: www.encarnacaododemonio.com.br.



AMOR SÓ DE MÃE (Brasil, 2002).
Direção: Dennison Ramalho.
Com: Everaldo Pontes, Débora Muniz, Vera Barreto Leite. 21min.
   A canção CORAÇÃO MATERNO - composta por Vicente Celestino e gravada em 1937 - narra a estória do simplório campônio que, às voltas com uma paixão arrebatadora, perde completamente a capacidade de discernimento e comete matricídio. Dito assim, a música poderia ser eventualmente vinculada a rituais satânicos ou coisas do tipo, dada a temática lúgubre.
   Pois bem: aproveitando uma possível associação, o diretor Dennison Ramalho - que coescreveu o roteiro de ENCARNAÇÃO DO DEMÔNIO - comete uma 'livre-perversão' (como mencionam os créditos finais do filme) da música supracitada, isto é, a letra de CORAÇÃO MATERNO é o arcabouço deste curta.
   Extremamente bem produzido, AMOR SÓ DE MÃE consegue reunir, num curto espaço de tempo, uma miríade de cenas chocantes; são exemplos delas: o sexo explícito e a pobre mãe sendo cruelmente espancada. O trabalho do escasso elenco é um show à parte; a despeito do patente conforto em desnudar-se - também, pudera: a atriz foi a musa das produções pornográficas brazucas da década de 80 -, Débora Muniz entrega uma atuação assustadora; Everaldo Pontes, por sua vez, brilha como o 'desajustado' matricida; mas, o destaque fica para Vera Barreto Leite (segundo o diretor, a velhinha teria mesmo apanhado no set): apesar da breve presença, a atriz, digamos, 'alarga o curta'.
   Vencedor de muitos prêmios em festivais mundo afora e causador de polêmica, AMOR SÓ DE MÃE talvez não tenha, como maior trunfo, a excelência de sua produção, e, sim, a capacidade de provocar, no espectador, a seguinte reflexão: com tanto pano pra manga (o misticismo e as múltiplas crenças religiosas, por exemplo), por que o Brasil não 'toca o Terror'?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

EVOCANDO ESPÍRITOS (The Haunting in Connecticut, 2009, EUA).
Direção: Peter Cornwell.
Com: Virginia Madsen, Kyle Gallner, Elias Koteas, Amanda Crew, Martin Donovan. 102 min.
   O casal Ed e Lorraine Warren (ele, demonólogo; ela, parapsicóloga) é bastante conhecido no 'ramo sobrenatural': estiveram envolvidos, por exemplo, no polêmico caso de Amityville. Na segunda metade da década de 80, a dupla de caça-fantasmas foi acionada pela família Snedeker, que alegava estar sendo alvo de perseguições fantasmagóricas - as controversas repercussões renderam um livro (intitulado 'In a Dark Place: The Story of a True Haunting' e de autoria do escritor Ray Garton) e vários documentários; num deles, inclusive, há um vídeo interessante contendo 'evidências' das manifestações do além na residência dos Snedeker: entre outras coisas, assistimos a uma mesa e cadeira moverem-se 'sozinhas'.
   Este EVOCANDO ESPÍRITOS é, digamos, uma adaptação light das supostas aberrações presenciadas pelos Snedeker - levando em conta os relatos da família, os espectros os procuravam, muitas vezes, com a intenção de perpetrar relações sexuais (já imaginou?) - aqui, porém, os fantasmas são frígidos. Motivo? Nem Freud explica. Ademais, o único indício de preocupação do roteiro em fazer o espectador compreender algo plenamente, é subliminar: a explicação para o fato do garoto doente Matt (Kyle Gallner) vislumbrar o além seria, na verdade, consequência de seu estado físico - doentes terminais teriam, supostamente, mais facilidade para enxergar espíritos. Aliás, diga-se, o personagem Matt é o fio condutor da trama: por sua causa, a família Campbell (os nomes foram trocados) muda-se para a casa maligna; além disso, o rapaz experimenta vários êxtases mediúnicos que, como era de se esperar, serão indispensáveis para a (tentativa de) compreensão das bizarrices.
   Repleto de sustos convencionais, EVOCANDO ESPÍRITOS consegue, no entanto, realizar uma façanha: provocar um inenarrável aborrecimento no espectador.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

8213: GACY HOUSE (Idem, 2010, EUA).
Direção: Gregg Champion.
Com: Jim Lewis, Matthew Temple, Michael Gaglio, Brett A.Newton, Diana Terranova, Sylvia Panacione, Rachel Riley. 85 min.
   Entre várias atribuições de destaque, JOHN WAYNE GACY era capitão-comandante da defesa civil do estado de Illinois e tesoureiro do Partido Democrata - sem contar que, nas horas vagas, prestava serviços beneficentes: fantasiava-se de palhaço e proporcionava divertimento às crianças internadas nos hospitais de Chicago. Eis que, desconfiada do envolvimento de Gacy no desaparecimento de alguns jovens, a polícia local resolve investigar a sua residência. Resultado: dezenas de corpos encontrados - vários deles ainda em estado de putrefação, pois eram 'conservados' com cal. O aparente cidadão exemplar tornava-se, assim, um dos maiores serial killers da história dos EUA. Condenado à pena de morte, 'O palhaço assassino' foi executado em maio de 1994.
   Em 8213: GACY HOUSE, estudiosos de fenômenos paranormais resolvem pernoitar na antiga casa do bárbaro assassino - uma genial idéia para uma produção de terror (para os estudiosos, nem tanto). Infelizmente, o modo de condução de GACY HOUSE não compartilha da mesma verve da semente que o originou: o filme apresenta-se tal qual A BRUXA DE BLAIR (o marketing é, inclusive, semelhante), isto é, o que vemos é uma compilação de filmagens (supostamente reais) feitas pelas câmeras do grupo de pesquisas; mais: a edição das fitas é feita pela polícia, já que nenhum dos integrantes da expedição sobrenatural é encontrado vivo na manhã seguinte - isto não é spoiler.
   Apesar de inferior a outras produções do gênero - e que adotam estrutura narrativa análoga, tais como: ATIVIDADE PARANORMAL e O ÚLTIMO EXORCISMO -, GACY HOUSE tem bons momentos: a cena em que o EVP (Electronic Voice Phenomenon) 'Kiss my ass!' é captado, por exemplo, provoca alguns calafrios; os diabólicos ruídos, nas sequências finais, também causam um certo incômodo. Porém, qualquer tentativa de fazer com que o espectador creia na veracidade do que está sendo mostrado é frustrada pela inverossimilhança de cenas que se contrapõem àquelas mencionadas acima; são algumas delas: o casal que resolve 'dar uma rapidinha' no quarto mal-assombrado, a médium - que mais parece uma atriz pornô - sendo desnudada pelo espírito maligno e o ectoplasma encontrado num abajur - que, segundo maldosos comentários virtuais, seria sêmen do além...
   Ainda assim, se você está sozinho em casa e quiser assustar-se um pouco, GACY HOUSE vale uma conferida.
   Em tempo: 'Kiss my ass!' (de acordo com um amigo que morou nos EUA, a tradução seria: 'Vá tomar no ..') foram as últimas palavras proferidas por Gacy, antes de sua execução.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

DEMÔNIO (Devil, 2010, EUA).
Direção: John Erick Dowdle.
Com: Chris Messina, Logan Marshall-Green, Bojana Novakovic, Jenny O´Hara, Geoffrey Arend, Bokeem Woodbine. 85 min.
   O processo de decadência do futebol de Ronaldinho Gaúcho é, digamos, comparável à trajetória recente de M. NIGHT SHYAMALAN; há, nos dois, indiscutivelmente, lampejos de genialidade: a questão, no entanto, é a manutenção do alto rendimento. Shyamalan - tal como o craque brasileiro - iniciou a carreira de forma devastadora: sucesso de público e crítica, O SEXTO SENTIDO recebeu seis indicações ao Oscar (incluindo melhor filme) e tem, certamente, um dos roteiros mais inventivos da década de 90. Porém, após algumas outras boas produções, o diretor indiano começou a 'pisar na bola' - O ÚLTIMO MESTRE DO AR, sua mais recente película, é um potencial candidato ao Framboesa de Ouro de pior filme de 2010.
   Coincidência ou não, o cineasta resolveu (pelo menos, provisoriamente) 'pendurar a cadeira (de diretor)': pelos próximos meses, veremos Shyamalan atuar apenas como escritor e produtor dos filmes da chamada 'THE NIGHT CHRONICLES'. DEVIL, o primeiro destes, inicia a série com o pé esquerdo - o segundo, intitulado REINCARNATE, está em pré-produção e será dirigido por Daniel Stamm (do recente O ÚLTIMO EXORCISMO). Na trama, um grupo de cinco estranhos fica preso num elevador e um deles não é quem aparenta ser; mais especificamente: conforme explicação religiosa dada por um policial - aqui, a risível didática utilizada envolve um pão com geléia e a força gravitacional -, um dos enclausurados é o próprio Diabo; há, ainda, o detetive racional que (obviamente) busca, a todo custo, respostas plausíveis para os absurdos que presencia. E, com base no desenvolvimento das investigações por ele conduzidas, DEVIL tenta, sem êxito, nos induzir a crer que algum dos confinados é, meramente, um assassino.
   Enquanto alguns personagens saem de cena, outros são incorporados à trama de modo completamente desnecessário - é o caso, por exemplo, da moça que (supostamente) verá o namorado morrer. Como é de praxe nos filmes de Shyamalan, o momento de maior expectativa e tensão é deixado para o final; contudo, aqueles com sensibilidade aguçada dificilmente errarão na predição de um possível desfecho.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Crítica do dia!


PRESENÇA DO MAL (La Habitación del Niño, ESPANHA, 2006).
Direção: Álex de la Iglesia.
Com: Javier Gutiérrez, Leonor Watling, Sancho Gracia. 77min.
   As recentes incursões do cinema hispânico no Horror têm rendido bons frutos: o excelente REC (2008), por exemplo, da dupla de diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza, garantiu um remake americano (chamado QUARENTENA) e a sequência REC 2 - POSSUÍDOS. Este PRESENÇA DO MAL, contudo, vai na contramão da qualidade apresentada por algumas das atuais produções de terror espanholas.
   Primeiro dos seis filmes integrantes do projeto PELÍCULAS PARA NO DORMIR (do qual, inclusive, Balagueró e Plaza participaram), PRESENÇA DO MAL, ironicamente, funciona, em grande parte, como um eficiente sonífero. E nem mesmo a charmosa Leonor Watling e a boa atuação de Javier Gutiérrez - cujo personagem nos remete a Jack Torrance (Nicholson) de O ILUMINADO - conseguem nos livrar da sonolência.
   Ao mudar-se para um casarão, o casal formado pelos atores supracitados passa a vivenciar uma série de acontecimentos (supostamente) sobrenaturais. O mote, obviamente, é clichê - as explicações para as bizarrices, no entanto, não são: a interessantíssima TEORIA DAS CORDAS, criada pelo físico norte-americano Michio Kaku, dá (aparentemente) credibilidade à trama. O problema é que, de acordo com a teoria, o choque entre as dimensões paralelas previstas pela mesma provocaria uma colossal explosão (de proporções análogas ao BIG BANG que - teoricamente - originou o nosso universo), algo que implicaria num absurdo desfecho para este filme.
   Desastres quânticos à parte, ainda assim, o epílogo de PRESENÇA DO MAL é medonho; mas, não se desespere: a esta altura do campeonato, provavelmente, você estará dormindo.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Crítica do dia!

TOY STORY 3 (2010, EUA).
Direção: Lee Unkrich.
Com vozes de: Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Ned Beatty, Michael Keaton, Timothy Dalton, Whoopi Goldberg. 103 min.
   Algumas pessoas (e pode acreditar nisto!) acham que as animações são produções exclusivamente voltadas para o público infantil. Isto não é verdade. Mais: a PIXAR está aí para reforçar esta idéia. Desde 1995, quando foi lançado o primeiro TOY STORY, o estúdio busca um aperfeiçoamento incessante e o reflexo disto é a magnífica qualidade de seus filmes. Estes, por sua vez, têm uma característica que os diferenciam das animações em geral: conseguem, de forma sublime, agradar crianças, adolescentes, adultos e idosos. E, de todos os filmes da PIXAR, TOY STORY 3 é o que apresenta tal peculiaridade de modo mais marcante, pois, involuntariamente, somos tomados por um sentimento nostálgico que nos faz reconhecer, nos dilemas vivenciados pelo garoto Andy, um dos nossos maiores conflitos de outrora: aquele difícil momento em que devemos largar os brinquedos para dedicar-se à vida universitária. Todos já passaram (ou passarão) por esta angustiante etapa da vida...
   Na iminência de ir para a faculdade, Andy deve separar as suas coisas do seguinte modo: as que irão para o lixo, as que irão para o sótão de sua casa e as que lhe farão companhia em sua nova jornada. Receosos de seu destino incerto, Woody, Jessie, Buzz Lightyear e companhia decidem 'tentar a vida' na creche Sunnyside. E é aí, meus amigos, que a aventura começa.
   Eleito o melhor filme de 2010 por QUENTIN TARANTINO (existe um site, chamado Tarantino Archives, que documenta as listas dos melhores - e piores - elaboradas pelo diretor), TOY STORY 3 é fabuloso em todos os aspectos (do impecável roteiro à qualidade gráfica dos cenários - a opção em 3-D, inclusive, tem, como principal objetivo, maximizar a sensação de profundidade destes) e entrega, pelo menos, duas das melhores cenas de 2010: aquela em que os brinquedos resignam-se da morte certa (esta, diga-se, só não é a melhor porque o Nascimento surrando o deputado Guaracy é insuperável) e o desfecho extremamente tocante. Impossível não se emocionar.



terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Crítica do dia!













PETER E VANDY - DESENCONTROS DO AMOR (Peter and Vandy, 2009, EUA).
Direção: Jay DiPietro.
Com: Jason Ritter, Jess Weixler. 95 min.
   A estrutura narrativa deste PETER E VANDY é interessante: as sequências que exibem o desabrochar e o desenvolvimento do relacionamento amoroso do casal que dá título ao filme são apresentadas de modo aparentemente desconexo - aos poucos, identificamos as conexões entre as cenas por meio dos diálogos (alguns muito interessantes, diga-se de passagem). Seria bem original, não fosse o fato de 500 DIAS COM ELA ter utilizado o mesmo padrão narrativo. Contudo, o envolvimento sentimental (e as suas respectivas implicações) entre Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel) recebeu, das mãos do diretor Marc Webb, um tratamento tenro que, por vezes, flerta com a comicidade. Aqui, porém, as coisas são de uma crueza e secura pungentes: há o encontro casual (e como são gostosos estes encontros!), o jantar, o piquenique, o apartamento dividido, e, por fim, as dolorosas discussões descabidas - algo está realmente errado quando um dos (vários) desentendimentos de um casal tem por motivo um sanduíche de pasta de amendoim com geléia!
   Embora lento em alguns momentos, PETER E VANDY tem, como trunfo, os atores que, respectivamente, os interpretam: Jason Ritter (atualmente na série THE EVENT) e Jess Weixler. A química é intensa e os dois carregam, praticamente sozinhos, os 95 minutos de projeção nas costas - enquanto nós sentimos frio na espinha, ao corroborarmos que a arte imita a vida, e não o contrário.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Crítica do dia! (A primeira de 2011!)

O COLECIONADOR DE CORPOS (The Collector, 2009, EUA).
Direção: Marcus Dunstan.
Com: Josh Stewart, Michael Reilly Burke, Andrea Roth, Juán Fernandez. 90 min.
   Este O COLECIONADOR DE CORPOS certamente seria um péssimo filme não fossem algumas poucas cenas que o fazem desmerecer tal qualificação. Mas, não se engane: tais momentos são brevíssimos. Na trama (se é que pode-se chamar assim), um homem precisa roubar uma casa para quitar uma dívida com agiotas e, uma vez na mansão, acaba deparando-se com uma criatura (o tal colecionador) que, por sua vez, instalou várias armadilhas letais na residência e tomou como reféns os seus moradores. A partir daí, o filme resume-se a uma perseguição idiota entre os cômodos do casarão - pra se ter uma idéia, a categoria de tais cenas assemelha-se às estúpidas correrias em BANQUETE COM UM VAMPIRO, uma péssima produção de horror oitentista. E, por falar em comparações, O COLECIONADOR... lembra, inusitadamente, ESQUECERAM DE MIM; as arapucas de Macaulay Culkin eram, porém, bem mais elaboradas e divertidas.