segunda-feira, 30 de maio de 2011

Crítica do dia!

SOBRENATURAL (Insidious, EUA, 2010).
Direção: James Wan.
Com: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey, Leigh Whannell, Lin Shaye, Ty Simpkins. 103min.
   Como é de praxe, o pessoal responsável pelo batismo de filmes estrangeiros em solo brazuca demonstra, sempre que possível, sua total falta de criatividade - os caras só não perdem mesmo para os lusitanos, cuja capacidade de criação de títulos esdrúxulos dispensa comentários (lá em Portugal, por exemplo, 'Por um fio' chama-se 'Cabine telefônica' (!?)). Aqui, a bola da vez é SOBRENATURAL - cujo título original, 'Insidious', tem uma simples tradução literal correspondente: insidioso, traiçoeiro, pérfido. Se o título nacional pode ser qualificado com um destes últimos adjetivos, a produção em si, por outro lado, é carregada de lisura: e, ironicamente, isto talvez seja o mais grave erro cometido por SOBRENATURAL; o excesso de franqueza reflete-se na troca do terror psicológico pelo horror explícito. A não ser pela 'velha velada que apaga uma vela' (numa cena após os créditos finais), as demais criaturas são risíveis. Uma delas, inclusive, é uma versão fajuta de Darth Maul, o lorde Sith de STAR WARS - Episódio 1: A AMEAÇA FANTASMA.
   Filmado em 22 dias e com um baixo orçamento (para os padrões hollywoodianos), SOBRENATURAL (re)conta a história do casal que muda-se com seus três filhos para uma residência mal-assombrada. Dirigido por James Wan (da franquia JOGOS MORTAIS) e produzido por Oren Peli (de ATIVIDADE PARANORMAL), SOBRENATURAL é recheado de clichês: os vultos que, subitamente, emergem na tela; o monitor de bebês com ruídos estranhos, entre outros. Porém, há duas coisas em SOBRENATURAL que merecem destaque: a sonoplastia e a direção de fotografia. A mistura de sons aparentemente desconexos e violinos 'desafinados' produz a harmonia perfeita para os momentos de horror; a escolha certeira de ângulos de filmagem, por sua vez, carrega de tensão determinadas cenas. E, por falar em tensão, o desfecho, embora não livre o filme da (quase) mediocridade, é um tanto adrenalinesco; a despeito das críticas, o final é coerente e satisfatório. O problema é que, até chegar lá, o espectador passará por inacabáveis momentos de tortura - se é que o leitor me entende.








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