terça-feira, 24 de maio de 2011

Crítica do dia!

THE FINAL (EUA, 2010).
Direção: Joey Stewart.
Com: Marc Donato, Jascha Washington, Whitney Hoy, Justin Arnold, Lindsay Seidel. 92min.
   Bom, como as previsões apocalípticas de Harold Camping não se confirmaram, cá estou eu vos apresentando mais uma resenha. Além da crítica propriamente dita, o texto abaixo contém, ainda, alguns dados estatísticos de um problema que pode ter consequências devastadoras: o bullying.
   Ao contrário do religioso americano supracitado, o psiquiatra Timothy Brewerton, que tratou alguns sobreviventes do massacre em Columbine (ocorrido nos EUA em 1999), nos mostra previsões realmente preocupantes: segundo estudos do serviço secreto americano, dos 66 ataques a escolas de todo o mundo ocorridos de 1966 a 2011, em cerca de 58 deles os atiradores haviam sofrido bullying. Nos EUA, diariamente, 160 mil alunos faltam às aulas por medo de serem insultados, humilhados. No Brasil, segundo pesquisa recente do IBGE, 31% dos jovens têm o mesmo problema.
   THE FINAL, uma das produções exibidas no 'After Dark Horrorfest 4', ocorrido no ano passado, conta a história de um grupo de jovens vítimas de bullying que, além da dificuldade de relacionamento com os outros estudantes, têm, também, sérios problemas familiares. Daí, eles têm a 'brilhante' idéia de organizar uma festa na qual todos os seus algozes seriam fustigados e torturados. No melhor estilo Casey Heynes (permitam-me: a versão australiana obesa de Leonardo DiCaprio) e, com alguns apetrechos especiais, os esquisitões finalmente cometeriam a sua vingança. Em teoria, THE FINAL tinha tudo para ser um bom filme - a começar pelo instigante trailer. Na prática, porém, isto não acontece. Há uma desgastante demora até que as coisas comecem a acontecer. E, quando começam, o marasmo na fazenda impera. Um dos poucos destaques são algumas frases de efeito interessantes, como a proferida por Emily (Lindsay Seidel): 'Poupe a si mesmo uma dor inimaginável causando-a.' Soa bonito, não?
   O espectador não verá muita graça em THE FINAL - nem mesmo estando sensibilizado pelo recente massacre de Realengo. Com o perdão do trocadilho, é no final que THE FINAL usufrui de uma importante ferramenta da mídia cinematográfica: o poder de denunciar e incitar a reflexão - após completar sua 'missão', um dos garotos murmura: 'Há muitos de nós.' E, em seguida, procede tal qual Wellington Menezes de Oliveira: dispara contra a sua própria cabeça.




   

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário