segunda-feira, 2 de maio de 2011

Crítica do dia!

A ÚLTIMA CASA (The Last House on the Left, EUA/África do Sul, 2009).
Direção: Denis Iliadis.
Com: Sara Paxton, Tony Goldwyn, Monica Potter, Garret Dillahunt, Aaron Paul, Riki Lindhome, Spencer Treat Clark, Martha MacIsaac. 110min. 
   Como todo mundo já sabe, os remakes ocorrem aos borbotões no cinema hollywoodiano. Grande parte deles consiste em novas versões para clássicos do horror - ou filmes cult deste gênero (sejam eles made in USA ou não). Uma característica comum às refilmagens de fitas de terror é a qualidade das mesmas: por, na maioria das vezes, objetivar apenas o lucro máximo, boa parte delas não têm o resultado esperado. É o caso, por exemplo, do capenga O CHAMADO 2. Mas, como (quase) toda regra tem exceção, eis que surge este A ÚLTIMA CASA, recauchutagem de ANIVERSÁRIO MACABRO, produção escrita e dirigida em 1972 pelo mestre do suspense/horror Wes Craven.
   Basicamente, a trama é a mesma: duas jovens são açoitadas, abusadas e violentadas (não necessariamente nesta ordem) por um grupo de meliantes fugitivos da polícia. A ironia da coisa é que, após o 'divertimento', os bandidos solicitam hospedagem num local extremamente peculiar: a remota residência dos pais de uma das vítimas. O resultado é óbvio: retaliação com requintes de crueldade.
   A ÚLTIMA CASA pode ser fragmentado em dois atos: no primeiro, temos uma breve apresentação das personagens (a qual tem, como intuito, estabelecer um vínculo afetivo entre o espectador e os protagonistas) e, em seguida, o calvário das jovens que, por sua vez, culmina numa bem filmada cena na qual uma das moças tenta fugir a nado de seus algozes; no segundo, um momento de catarse - aqui, o dizer moralista de Seu Madruga ('A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.') não tem vez - : Os Collingwood (Tony Goldwyn e Monica Potter) desferem os mais violentos golpes contra os malfeitores. Numa interessante cena, Krug (Garret Dillahunt), um dos bandidos, esbraveja: 'Quem são vocês, cambada de malucos?'
   Embora tenha obtido uma bilheteria razoável nos cinemas estrangeiros, A ÚLTIMA CASA foi lançado diretamente em DVD no Brasil - o que, obviamente, põe em xeque o critério de seleção de filmes para os cinemas tupiniquins... Certamente, a causa da ausência deste filme nas telonas brazucas não foi a violência explícita (o original, por seu turno, ainda é censurado em alguns países) : há produções bem mais sanguinolentas no mercado.
   Apesar de uma certa monotonicidade presente no segundo ato, A ÚLTIMA CASA é um remake acima da média. O diretor grego Denis Iliadis, em seu segundo longa, conduz, com certo talento, as situações de tensão que permeiam o filme. Descontando-se os desnecessários clichês - a interminável luta entre John Collingwood e o capanga-mor Krug, por exemplo -, A ÚLTIMA CASA não é apenas mais uma na multidão de refilmagens holywoodianas.
   Antes que seja tarde demais: o trailer abaixo entrega algumas das boas surpresas do filme...

Um comentário:

  1. É um absurdo o fato do filme original nunca ter sido lançado no Brasil.

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