sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crítica do dia!

MATEMÁTICA DO AMOR (An Invisible Sign, EUA, 2010).
Direção: Marylin Agrelo.
Com: Jessica Alba, Chris Messina, Sonia Braga, J.K. Simmons, John Shea. 96min.
   A Matemática é, indubitavelmente, a rainha de todas as Ciências. Platão já dizia: 'Os números governam o mundo.'E, por incrível que pareça, é a mais pura verdade: desde a graduação de terremotos na conhecida escala Richter até à descoberta de novos planetas, a Matemática encontra-se presente.
   Como futuro matemático, um filme intitulado MATEMÁTICA DO AMOR certamente despertaria o meu interesse. E despertou - pelo menos nos primeiros quinze minutos de projeção, nos quais é exibida uma animação bacana com um mote soturno: num reino utópico, uma família é obrigada a 'ceder' um de seus integrantes como forma de solucionar a 'crise da falta de espaço'; o resto da fita é maçante e impreciso (e, como sabemos, imprecisão em Matemática é algo inadmissível).
   Em MATEMÁTICA DO AMOR, filme de estréia da diretora Marylin Agrelo (antes, a cineasta havia feito apenas o documentário 'Mad Hot Ballroom' - no Brasil: 'Vamos todos dançar'), Jessica Alba interpreta Mona Gray, uma jovem apaixonada pela Matemática que, diante do sério problema psiquiátrico do pai, decide, digamos, abdicar das coisas boas que a vida pode oferecer - a idéia da moça era aderir, de certa forma, à mítica tese defendida por Paulo coelho: 'Quando você quer muito algo, o Universo conspira a seu favor.'Pra se ter uma noção, a jovem passa, por exemplo, a comer sabonetes na esperança de que um dia seu pai restaure a sanidade mental. Não obstante, Mona ainda precisa lidar com as dificuldades do magistério: mesmo sem o diploma, a garota consegue o cargo de professora de Matemática de uma escola local. A utilização de inovadoras técnicas de ensino (a 'equação humana' e a didática dos sinais '>' e '<', por exemplo) resulta no disparatado apogeu da pseudotrama: a inexperiente docente tem a imbecil idéia de introduzir, em sala de aula, um afiadíssimo machado para simbolizar o número 7.
   A pedagogia da 'professorinha', notavelmente, provoca, no espectador, a mesma sensação que o filme, como um todo, produz neste: uma incômoda impressão de que a Matemática resume-se apenas às quatro operações aritméticas básicas. A Matemática é bela e, como tal, encanta. Mas, como diria o professor Manoel Paiva: 'A Matemática se revela em mentes sensíveis, capazes de ver uma espiral em um girassol, ângulos em uma estrela e Deus no infinito.'
   Baseado no livro 'An invisible sign of my own', de Aimee Bender, MATEMÁTICA DO AMOR, felizmente, conta com um bom elenco de apoio: Chris Messina (o 'Latino' americano - reparem na semelhança!) e a brasileira Sonia Braga são destaques. Nada, porém, que salve o filme do fiasco. O amor é confuso e contraditório; a Matemágica, por sua vez, não admite paradoxos.

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