segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Crítica do dia!

LUNAR (Moon, Inglaterra, 2009).
Direção: Duncan Jones.
Com: Sam Rockwell, Kevin Spacey (dublagem do computador GERTY), Dominique McElligott, Rosie Shaw. 97 min.
   A ficção científica talvez seja o gênero cinematográfico mais profícuo em relação ao estímulo à reflexão. Filmes como DISTRITO 9, por exemplo, geram uma série de questionamentos e incitam discussões sobre os mais variados assuntos; algumas delas um tanto profundas.
   Embora desprovido de sequências adrenalinescas como as presentes na produção supracitada, LUNAR é um arquétipo dos chamados 'filmes-cabeça'. Mais: aqui, a ficção confunde-se com a realidade, dada a estreita relação entre a trama e diversas temáticas contemporâneas.
   Sam Bell (Sam Rockwell) é o operador da base de mineração lunar Sarang - que, em coreano, significa amor. Sua tarefa primordial é a seguinte: coletar e enviar à Terra amostras de Hélio-3, um raríssimo elemento químico e peça-chave para a solução da crise energética terrestre - há, aqui, todo um embasamento científico: o Hélio-3 é um subproduto das reações nucleares ocorridas no Sol; as partículas solares, ao colidirem com a superfície lunar, depositam-se na mesma (como comprovação, alguns integrantes das missões do Projeto APOLLO trouxeram para a Terra rochas espaciais); contendo uma grande quantidade de energia solar acumulada, o Hélio-3 seria a saída ecologicamente correta para o problema do Aquecimento Global, por exemplo. Pra se ter uma idéia, segundo estimativas, o solo lunar poderia abastecer a Terra durante 100 séculos. Há três anos na Lua, Sam está prestes a encerrar seu contrato de trabalho e retornar à Terra. Mas, obviamente, as coisas não serão tão simples assim.
   LUNAR é o tipo de filme do qual quanto menos se falar, melhor. O roteiro, co-escrito pelo diretor estreante Duncan Jones (filho de David Bowie), proporciona um desenvolvimento gradativo, e, a cada cinco minutos, uma nova surpresa emerge na tela. O que não é surpresa, porém, é o talento de Sam Rockwell: costumeiro 'ladrão de cenas' (o cara está impagável, por exemplo, em À ESPERA DE UM MILAGRE), o ator já merecia, como protagonista, uma produção desta categoria em seu currículo.
   Com um modesto orçamento de 5 milhões de dólares, LUNAR, ainda assim, não decepciona no quesito 'efeitos especiais': beneficiadas pelo hodierno barateamento de custos com computação gráfica, as sequências em solo lunar são muito bacanas. E, caso não fossem, não faria muita diferença: a essência do filme reside em sua idéia, original e muito bem executada. Imperdível.



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