sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crítica do dia!

A EPIDEMIA (The Crazies, EUA, 2010).
Direção: Breck Eisner.
Com: Timothy Olyphant, Radha Mitchell, Joe Anderson, Danielle Panabaker, Christie Lynn Smith. 101min.
   Quando se menciona algo sobre uma 'nova' produção com temática zumbi, os fãs do gênero, ironicamente, apavoram-se. A razão é simples: de uns tempos pra cá, as grotescas criaturas degustadoras de cérebros perderam um pouco da sua essência. Os zumbis de hoje são tão velozes quanto uma propagação epidêmica. Em alguns casos, funciona - vide o remake 'MADRUGADA DOS MORTOS'. Em outros - a maioria, na verdade -, o resultado é tal qual uma infestação por mortos-vivos: catastrófico.
   Além da responsabilidade de trazer zumbis decentes, este A EPIDEMIA teria outro grande desafio: refilmar, com dignidade, O EXÉRCITO DO EXTERMÍNIO (1973), um dos clássicos do 'pai dos mortos-vivos', George A. Romero. E refilmagens, claro, também deixam os aficionados pelo gênero amedrontados.
   A EPIDEMIA não dispõe das alegorias e metáforas sociais presentes na obra de Romero - há, apenas, críticas dispersas (à opressão bélica americana, por exemplo); aqui, o objetivo é específico: entreter. E, neste quesito, o filme começa bem. Nos primeiros minutos, somos apresentados a uma tensa sequência: abruptamente, em meio a uma partida de baseball, algo chocante ocorrerá. Daí em diante, o xerife David Dutten (Timothy Olyphant), sua esposa Judy (Radha Mitchell) e seu fiel escudeiro Russell (Joe Anderson) iniciarão a velha jornada de sobrevivência em meio à carnificina protagonizada pelos 'loucos' - e, também, pelos militares americanos; aliás, uma escolha acertada do roteiro consiste em focar, em alguns momentos do filme, nos conflitos entre os camponeses e os soldados fortemente armados. Uma das melhores cenas de A EPIDEMIA, inclusive, provém da ênfase anteriormente mencionada: ao fugir de um helicóptero, os sobreviventes buscam abrigo num claustrofóbico (e inseguro) lava-jato.
   Mas, como nada é perfeito se não tiver defeitos, A EPIDEMIA, numa sucessão de clichês e lugares-comuns, logo trata de equilibrar a 'balança acertos/erros' - dar de cara, no meio do nada, com um solitário chefão do governo (ou algo do tipo) que, por sua vez, passeia displicentemente de carro pela região isolada, é demais, não? A coincidência bisonha tem, obviamente, um propósito: fornecer maiores esclarecimentos sobre a hecatombe que está por vir. E, aqui, A EPIDEMIA exibe o seu maior trunfo: uma cena que 'manda pro espaço' (com o perdão do trocadilho) muitas sequências digitais perpetradas pelos blockbusters hollywoodianos.

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