terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Crítica do dia!

MISSÃO: IMPOSSÍVEL 3 (Mission: Impossible 3, EUA, 2006).
Direção: J.J. Abrams.
Com: Tom Cruise, Philip Seymour Hoffman, Michelle Monaghan, Billy Crudup, Laurence Fishburne, Ving Rhames, Jonathan Rhys Meyers, Simon Pegg. 126 min.
   A abertura de MISSÃO IMPOSSÍVEL 3 denuncia o filmaço que está por vir: Ethan e sua esposa Julia estão presos e à mercê do mais amedrontador inimigo que a franquia já concebeu. Pronto: após o flashforward, o imaginário do espectador passa a tentar desvendar a sequência de eventos que culminarão na cena acima descrita - é claro que, até que isto aconteça, algumas máscaras serão forjadas, muitos carros (e personagens) voarão pelos ares e, obviamente, rola aquela mentirinha aqui e ali (um caça ser derrubado por uma única metralhadora, por exemplo).
   Distante das atividades de campo, Ethan Hunt é o responsável pelo treinamento dos novos futuros agentes da IMF (Impossible Missions Force). Quando é informado da captura de um de seus pupilos, Ethan decide participar de uma perigosa missão de resgate. A partir daí, Hunt vê-se envolvido numa trama de interesses e corrupção, tornando-se o inimigo número 1 de Owen Davian (Philip Seymour Hoffman, ótimo), um poderoso fornecedor de armas de nações beligerantes.
   MI-3, como seus predecessores, carrega em si, um caráter, digamos, multinacional; há locações em vários países (Alemanha e Vaticano, por exemplo), mas uma delas merece destaque: a sequência em Chesapeake Bay´s é uma das mais bem filmadas cenas de ação dos últimos tempos. Mais: amparada pela excelente trilha de Michael Giacchino, a correria de Cruise (como sempre, dispensando dublês) torna-se ainda mais contagiante.
   Por falar em Michael Giacchino, a estreita relação de LOST com MI-3 não resume-se apenas à musicalidade: o filme conta com a direção firme e competente de J.J. Abrams, um dos idealizadores do mítico seriado televisivo. Após as saídas de David Fincher e Joe Carnahan (supostamente, em função das velhas divergências artísticas com Cruise), Abrams assumiu a cadeira e fez com que a franquia MI-3 desse maior relevância aos seus personagens: uma característica também presente em LOST - apesar da pluralidade temática, o foco da série está nos conflitos de seus protagonistas. Contudo, a maior (e mais óbvia) contribuição de LOST para MI-3 seja talvez a cena em que Ethan está entre a vida e a morte (ou você já esqueceu como Jack e Kate salvam a vida de Charlie?). As colaborações para MI-3, no entanto, não vêm apenas da televisão: até em Hitchcock Abrams foi buscar inspiração. Aqui, os famosos MacGuffins - pequenos mistérios que servem apenas para desviar a atenção do espectador - estão representados pelo controverso 'pé-de-coelho'.
   O fato é que Abrams empreendeu inteligentemente os 150 milhões de dólares postos à sua disposição, e, trabalhando com vários parceiros de outrora (como os roteiristas Alex Kurtzman e Roberto Orci), o cineasta, após os 126 minutos de projeção, ainda faz pairar uma pequena dúvida no ar: afinal de contas, o que diabos é o 'pé-de-coelho'?
   











2 comentários:

  1. Abrams mostra aqui que pode ter uma carreira de sucesso no cinema. Ele criou um bom filme de ação, superior a parte II, tendo ainda a ajuda do ótimo Philip Seymour Hoffman como vilão.

    Abraço

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  2. Olha, Hugo, arrisco-me até a dizer que este MI-3 seja talvez o melhor filme da franquia...

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